Dados do Trabalho
Título
DISPNEIA NO AMBULATORIO DE CARDIOGERIATRIA: “PARA ALEM DA INSUFICIENCIA CARDIACA
Introdução
No cuidado aos idosos, uma queixa bastante comum é a dispneia, podendo
esta ser de intensidade moderada a grave em até 36% de idosos, sendo a sua
maioria de origem cardíaca ou pulmonar. A abordagem desses pacientes inclui diagnosticar e tratar a origem das queixas, a fim de realizar tratamento adequado promovendo qualidade de vida. A prevalência estimada de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é de 30%, enquanto a de insuficiência cardíaca (IC) é de 18%, podendo chegar a 30% em maiores de 85 anos. Assim, conhecer a prevalência real das causas de dispneia, torna-se essencial em ambulatório especializado.
Objetivos
O presente estudo analisou o perfil diagnóstico dos pacientes do ambulatório de cardiogeriatria do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), a fim de avaliar a prevalência de IC e de DPOC em pacientes com queixa de dispneia.
Métodos
Foi realizado um estudo transversal com análise de prontuários eletrônicos de todos os pacientes atendidos no ambulatório de Cardiogeriatria do IDPC no período de 2 meses (Julho e Agosto de 2024), com idade acima de 70 anos. Foram analisadas e computadas as seguintes informações dos pacientes: Idade; diagnóstico de asma, DPOC, IC ou hipertensão pulmonar; exposições; uso de betabloqueador; uso de broncodilatador; realização de espirometria e queixas respiratórias.
Resultados
Dos 986 pacientes atendimentos com idades entre 70 a 102 anos, 304 tinham pelo menos 85 anos. A prevalência de IC foi maior que 30%, compatível com a literatura, porém o diagnóstico de DPOC de 11,6% foi aquém do previsto. Além disso, dos 46,5% expostos ao tabaco ou ao uso de fogão à lenha, somente 8% haviam realizado espirometria. Assim, observou-se a dificuldade do acesso à investigação adequada de dispneia, o que pode ter comprometido o diagnóstico de DPOC e seu tratamento adequado.
Conclusões
O presente estudo identificou que, mesmo num centro de referência em cardiologia, foram encontradas barreiras, tanto no diagnóstico como no seguimento adequado de pacientes com dispneia. O acesso à espirometria foi escasso e, possivelmente afetou a investigação e o tratamento efetivo. Desse modo, acredita-se ser necessária a ampliação das possibilidades diagnósticas no serviço público frente pacientes idosos com dispneia, devendo-se considerar a sobreposição de fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e pulmonares, uma vez que a prevalência de DPOC parece ser subdiagnosticada.
Palavras Chaves
dispnéia; espirometria; insuficiência cardíaca; doença pulmonar obstrutiva crônica
Área
Tema Livre
Instituições
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - São Paulo - Brasil
Autores
CATERINA BEATRIZ GRASSI LEONARDI, Gisely Segussi Spinassé, Felicio Savioli Neto, Neire Niara Ferreira de Araujo, Newton Luiz Russi Callegari, Carolina Maria Nogueira Pinto, Lana Fabíola Silva e Souza