XXI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria

Dados do Trabalho


Título

IMPLANTE TRANSCATETER DE PROTESE AORTICA EM PACIENTE COM HIPERESPLENISMO, PLAQUETOPENIA E MULTIMORBIDADES

Introdução

Pacientes idosos com estenose aórtica grave geralmente têm comorbidades que devem ser avaliadas antes do tratamento da doença valvar. A decisão de abordagem da valva aórtica deve ser multidisciplinar. A seguir descreveremos um caso de um paciente com comorbidades e estenose aórtica grave tratada com implante transcateter de valva aórtica (TAVI).

Relato do Caso

MRS, 82 anos, gênero feminino, aposentada, viúva, branca queixava-se de dispneia e angina do peito há 6 meses. Procurou setor de emergência por dispneia e foi internada, tendo sido diagnosticada com insuficiência cardíaca NYHA III e síndrome coronariana crônica. Seus antecedentes patológicos pessoais eram hipertensão arterial sistêmica, Diabetes Mellitus, dislipidemia, hiperesplenismo, embolia pulmonar há 4 anos, exérese de tireoide há 10 anos e nódulos hepáticos em pré-operatório de radioablação. Tomava apixaban, hidroclortiazida, atorvastatina e empaglifozina. Dentre os exames laboratoriais chamava atenção plaquetas de 55 mil. Seu ecocardiograma revelava: área valva aórtica indexada 0,39 cm2, gradiente médio 40 mmHg, velocidade de jato de 4,1 m/s e fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 70%. O hematologista relatou não houve contra indicação a uso de aspirina. O geriatra avaliou a paciente e constatou independência, funcionalidade e possível impacto positivo na qualidade de vida. Não tinha doença arterial coronariana de acordo com a angiografia coronariana. A tomografia computadorizada protocolo TAVI revelou: área do anulus de 449 mm2, perimêtro 76 mm, diamêtros do anulus 26 x 28 mm, seio de vasalvas 29 vs 28 vs 29 mm, altura de coronária direita 16 mm, altura de coronária esquerda 20 mm, acessos periféricos favoráveis. Na reunião do Heart Team foi indicado TAVI. Foi realizado implante transcateter de valva aórtica por via femural sem intercorrência. Área da valva aórtica pós procedimento de 2,2 mm e gradiente médio de 4 mmHg. A paciente recebeu alta hospitalar dois dias depois do procedimento. No seguimento de 30 dias estava sem dispneia e sem angina do peito.

Discussão

O tratamento estenose aórtica grave sintomática vai muito além do tratamento da valva em si. O manejo do paciente como um todo, equipe multidisciplinar e avaliações de riscos e benefícios são fundamentais. Esse caso apresentado exemplifica o descrito acima. As avaliações da independência, funcionalidade, qualidade de vida, sarcopenia e fragilidade além dos riscos e benefícios do procedimento em si devem ser rotina em idosos.

Palavras chave

Estenose de valva aórtica, idosos, TAVI

Área

Tema Livre

Autores

DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, Dinaldo C Oliveira Jr., Carolina G C Oliveira, Estevão C C Martins