Dados do Trabalho
Título
ANTICOAGULAÇAO EM IDOSOS COM FIBRILAÇAO ATRIAL: ANALISE DA PREVALENCIA, ADESAO E NAO ADERENCIA NA UNIDADE DE CARDIOGERIATRIA DO INCOR HCFMUSP
Introdução
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais comum em idosos, com prevalência de até 12% em maiores de 75 anos. Sem anticoagulação, a taxa de acidentes cerebrovasculares cardioembólicos chega a 8-10% anuais. Contudo, cerca de 20% dos pacientes eletivos ainda não recebem tal terapia.
Objetivos
O objetivo deste estudo transversal é entender o cenário do tratamento dos pacientes com FA da Unidade de Cardiogeriatria do InCor (UCG), visando observar os motivos da não prescrição ou aderência à terapia de anticoagulação.
Métodos
Os dados foram coletados por meio de revisão de prontuários e busca de dados dos pacientes. O sistema eletrônico Si3 foi usado como fonte de busca de todos os pacientes com o CID I 48 do ambulatório da UCG no período de dezembro de 2022 até agosto de 2024, correlacionando com os dados da farmácia do InCor em relação a dispensação de warfarina. Realizou-se contato telefônico com os pacientes para checar a terapia anticoagulante, incluindo a obtenção de fármacos por fontes externas . O registro de óbitos da Secretaria da Receita Federal foi utilizado num processo de busca ativa de pacientes sem consultas recentes no serviço.
Resultados
Na população do ambulatório da UCG InCor, 693 pacientes apresentavam o CID I.48 cadastrado no Si3, mas somente 307 recebiam a dispensação de warfarina pela farmácia do InCor. Após o contato telefônico, foi identificado que outros 308 pacientes dos 386 restantes estavam anticoagulados, seja com anticoagulantes orais de ação direta (DOACs) ou warfarina obtidos externamente. Assim verificamos 615/693 (88,7%) pacientes anticoagulados, sendo 437/615 (71,1%) com warfarina e 117/615(28,8%) com DOACs, assim distribuídos (%total) : rivaroxabana (18,9), apixabana (6), dabigatrana (2,1) e edoxabana (1,8). Nossa prevalência de não anticoagulação representou 11,3% da amostra (78/693 pacientes). Os motivos mais frequentes da não prescrição/aderência foram : escolha do paciente e questões sociais 43,6% , sangramentos prévios 21,8%, dúvidas sobre o diagnóstico ou tratamentos prévios da FA 14,1% , distúrbios hematológicos 11,54%.
Conclusões
Esses resultados estão compatíveis com as melhores práticas de outros centros cardiológicos de referência terciários no Brasil e exterior. Com nossos resultados concluímos o papel central do médico assistente na prescrição da terapia anticoagulante no paciente portador de FA. Nesse sentido, devemos exercer um processo educacional sobre a doença, com abordagem sobre fatores que levam a não adesão ao tratamento padrão-ouro.
Palavras Chaves
fibrilação atrial, anticoagulação, adesão
Área
Tema Livre
Instituições
INCOR - São Paulo - Brasil
Autores
LAIS MARQUES BOTTINO, Alexander Douglas Teixeira Machado, Marcelo Eidi Ochiai, Karine Folly Vilela Santos, João Batista Costa Carvalho de Serro Azul, Angela Cristina Silva dos Santos, Eduardo Ferriolli, Wilson Jacob Filho