XXI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria

Dados do Trabalho


Título

O EIXO MICROBIOTA INTESTINAL-CEREBRO NO ALZHEIMER

Introdução

A Doença de Alzheimer (DA) é uma das principais causas de demência, com implicações significativas para a qualidade de vida. Estudos recentes sugerem que o eixo microbiota intestinal-cérebro desempenha um papel crucial na patogênese da DA, envolvendo mecanismos como neuroinflamação e alterações metabólicas. A disbiose intestinal, caracterizada pelo desequilíbrio da microbiota, tem sido correlacionada com a neurodegeneração progressiva observada em pacientes com Alzheimer (Zhuang et al., 2018; Cattaneo et al., 2017).

Objetivos

Este estudo tem como objetivo revisar a literatura científica recente, identificando as principais descobertas que correlacionam a microbiota intestinal com a DA, além de discutir as propostas de prevenção e tratamento baseadas na modulação do eixo microbiota intestinal-cérebro. Avanços tecnológicos, como o sequenciamento genético, também são abordados para ilustrar novos caminhos terapêuticos.

Métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados entre 2017 a 2014 nas bases de dados PUBMED e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). As palavras-chave em inglês e português utilizadas incluíram "Alzheimer", "microbiota intestinal", "cérebro", e "probióticos". Um total de 30 artigos foram selecionados, baseando-se em sua relevância e foco na relação entre disbiose intestinal e neurodegeneração.

Resultados

Os estudos selecionados indicam uma conexão significativa entre a microbiota intestinal e a progressão da DA. Zhuang et al. (2018) e Vogt et al. (2017) observaram um perfil microbiano alterado em pacientes com Alzheimer, associado a uma maior prevalência de bactérias inflamatórias. Propostas terapêuticas como o uso de probióticos e o transplante de microbiota fecal (TMF) mostraram efeitos promissores na restauração da homeostase microbiana e na redução de sintomas cognitivos (Hazan, 2020; Kobayashi et al., 2020). Avanços no sequenciamento genético permitiram a caracterização mais precisa da microbiota em diferentes estágios da DA (Wang et al., 2019).

Conclusões

A relação entre disbiose intestinal e DA é um campo emergente que oferece novos insights sobre a neurodegeneração. Intervenções como probióticos e TMF apresentam um potencial promissor, mas são necessárias mais pesquisas clínicas para validar sua eficácia. A aplicação de tecnologias como o sequenciamento genético pode acelerar o desenvolvimento de novas terapias e biomarcadores para diagnóstico precoce e prevenção.

Área

Tema Livre

Autores

BEATRIZ DOMINGOS MACHADO DE SOUZA LIMA, Fernando Oliveira Costa