XXI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA ANTICOAGULAÇAO ORAL COM VARFARINA EM IDOSOS NO SEGUIMENTO DE 5 ANOS

Introdução

A fibrilação atrial (FA) é arritmia mais comum na prática clínica. Sua prevalência aumenta significativamente com a idade, acometendo cerca de 8% dos pacientes idosos com mais de 80 anos. A FA está relacionada com eventos tromboembólicos, principalmente o acidente vascular encefálico (AVE). Portanto, a anticoagulação oral (ACO) é uma importante estratégia terapêutica na redução de eventos tromboembólicos.

Objetivos

O presente estudo teve como objetivo avaliar a ACO com varfarina em pacientes idosos, no seguimento de 5 anos, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria.  

Métodos

Estudo transversal e retrospectivo avaliando 107 pacientes acima de 70 anos no período de agosto/2019 a maio/2024, todos com indicação de ACO. Foram calculados a idade média, tempo na faixa terapêutica (TTR), troca para anticoagulantes orais diretos (DOACs), óbitos, sangramentos maiores e realização de oclusão do apêndice atrial esquerdo (OAA). A Escala Frail foi utilizada para classificar os pacientes em robustos, pré-frágil e frágil. O controle adequado da anticoagulação foi considerado TTR > 60% (método de Rosendaal). As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média, desvio padrão e gráficos.  

Resultados

Dos 107 pacientes com idades entre 71 e 93 anos (média 79,08) 55,2% mulheres, incialmente, em uso de varfarina mantiveram TTR médio de 59,8%. Destes, 37,3% migraram para DOACs nos últimos anos. A anticoagulação com varfarina foi suspensa em 8,4% por eventos adversos e 32,7% foram a óbito. Apenas 3 pacientes foram submetidos à OAA (2,8%), devido às contraindicações do uso de ACO de longo prazo. A principal indicação da ACO foi fibrilação atrial (98,1%), seguida de tromboembolismo pulmonar ou venoso (1,9%), sendo que 4,6% apresentam as duas condições. Quanto aos critérios de fragilidade foram classificados em três categorias: 28,9% robustos, 41,2% pré-frágeis e 29,9% frágeis. Nos idosos frágeis, observaram-se sangramentos maiores e alta taxa de mortalidade estimadas, respectivamente em 2,8% e 15,8%. Enquanto nos pré-frágeis, houve 1,8% de sangramentos maiores e 9,3% de óbitos. Entre os robustos, não houve sangramentos maiores e a mortalidade foi de 7,4%.  

Conclusões

A população idosa apresenta fatores que devem ser considerados na decisão individualizada da ACO, dentre eles a fragilidade, comprometimento cognitivo e risco de quedas. Portanto a fragilidade por si só e a idade avançada não são contraindicações para ACO, porém os idosos mais frágeis estão mais propensos a eventos adversos e maior mortalidade.  

Palavras Chaves

Anticoagulação Oral, Varfarina, Anticoagulantes Orais Diretos, Fibrilação Atrial

Área

Tema Livre

Instituições

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo - Brasil

Autores

CAROLINE HARUMI SERICAWA SARUHASHI, NEIRE FERREIRA ARAÚJO, Felicio Savioli Neto, Carolina Maria Nogueira Pinto