Dados do Trabalho
Título
MORTALIDADE POR ENDOCARDITE INFECCIOSA EM IDOSOS NO BRASIL: UMA ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE 2014 A 2023
Introdução
A Endocardite Infecciosa é considerada uma doença grave, de elevada mortalidade intra-hospitalar e com aumento de prevalência na população idosa. A apresentação da doença pode ser aguda ou subaguda, podendo evoluir para óbito se não tratada agressivamente. Trata-se da décima primeira causa de morte cardiovascular no Brasil.
Objetivos
Avaliar o perfil epidemiológico do número de óbitos por Endocardite Infecciosa Aguda e Subaguda em indivíduos idosos no Brasil durante o período de 2014 a 2023.
Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e quantitativo acerca da mortalidade de idosos por Endocardite Aguda e Subaguda no Brasil no período de 2014 a 2023, utilizando dados do Sistema de Informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram região, ano, sexo, etnia e faixa etária detalhada.
Resultados
Entre os 5.750 casos encontrados após análise do período de 2013 a 2024, destaca-se como a região mais acometida o Sudeste, com 3.137 (54,56%) registros, seguido das regiões Sul (22,37%) e Nordeste (15,41%). Os anos de 2023, 2022 e 2021 apresentaram maior incidência, com 779, 718 e 613, respectivamente. Houve aumento de 67,53% no número de registros de 2014 a 2023. Ademais, observou-se que o sexo masculino (60,73%), a etnia branca (67,98%), a faixa etária de 80 anos ou mais (22,9%) foram as variáveis epidemiológicas mais acometidas.
Conclusões
Observa-se que, na última década, houve um aumento significativo (67,53%) da mortalidade por Endocardite Infecciosa na população idosa. Isso pode estar relacionado a fatores como o aumento do uso de dispositivos cardíacos, como desfibriladores implantáveis e próteses valvares; diagnóstico atardado, devido aos sintomas inespecíficos que são associados com o envelhecimento; imunossenescência e realização de procedimentos invasivos, como cateterismo, cirurgias cardíacas e hemodiálise. Ademais, os dados mostraram predomínio de óbitos no sexo masculino, em indivíduos com idade superior a 80 anos, residentes no Sudeste e de etnia branca. Dada a complexidade da doença, é essencial que tanto profissionais de saúde quanto políticas públicas dêem maior atenção a esses grupos de risco, visto que a prevenção, o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz podem diminuir o número de óbitos pela doença, alterando o desfecho clínico e melhorando o prognóstico desses pacientes.
Palavras Chaves
Endocardite; Idosos; Registros de Mortalidade
Área
Tema Livre
Autores
SILVIA MARINA DE AMORIM FIGUEIRA, VICTOR DE MEDEIROS, CAROLINI ERLER BARBOSA, EVANDRO TINOCO MESQUITA